segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Férias

Estou com sono. Estou com fome. Estou doente.
Escola e trabalho acabam com a vida social de qualquer um. Finais de semana pra que?
Pra descansar, é claro. Pf, até parece que vou deixar meus cobertores quentinhos que eu mal aproveitei durante a semana toda pra sair na madrugada fria e cansativa, e nem saber como vai terminar a noite. Chegar em casa pela manhã e não conseguir dormir por causa do insuportável do seu irmão menor que tem problemas sérios (Porque quem dorme as dez da noite e acorda as oito da manhã em um final de semana tem problemas sérios. Fim.), precisar estudar pra quimica, física, matemática, e todas as outras matérias, pra não se ferrar no final do semestre, porque a escola não tem prova final: Ou você passa durante o semestre ou você se fode.
Precisa dar atenção pro seu namorado, pros seus amigos, e no final acaba dando pouca atenção pra ambos. Seus amigos reclamam que você está ausente, e seu namorado fica carente, reclamando de atenção. Começa a ir mal na escola. Começa a ser grossa com seu namorado. Começa a brigar a toa com seus amigos.
É nessa hora que percebe que precisa de férias. Urgentes. De tudo e de todos.
Mas outubro mal começou, e as malditas aulas e o maldito trabalho só vão acabar dia 21 de dezembro.
Isso me dá vontade de chorar.

Wishes

Às vezes todos nós temos vontade de correr pra bem longe, onde ninguém pode nos achar, e nunca mais voltar.

Nunca mais voltar para o trabalho, nunca mais voltar pra escola, nunca mais voltar pra casa, nem pra casa de mais ninguém. Nunca mais falar com alguém. Ninguém. Apenas você e o vento. Ou o sol. Ou a chuva. Ou as árvores.

Mas assim como temos vontade de nunca mais voltar, sabemos que nunca poderemos realmente ir. Dependentes, ficamos com o que nos é confortável.

Uma rotina. Um trabalho. Estudar pra prova de terça-feira. Amigos pra conversar. Amigos pra festejar. Familiares a quem voltar, pra te lembrarem dos momentos mais constrangedores da sua infância (porque eles passaram por isso, e se vingam em você). Pessoas a conhecer. Lanchonetes. Shoppings. Cinema. Televisão.

Tudo confortável. Tudo o que você tem quando permanece na sociedade.

E, apesar de todo o cansaço, de toda a revolta, da repulsa por essa coisa padrão e banal, você vive nisso. Você permanece nisso. Até que seus filhos nascem, e você os ensina a viver do mesmo jeito que você viveu, e os ensina a suportar tudo isso de boca calada, porque falar não adianta nada.

E seus filhos vivem assim. E os filhos deles. E os filhos deles. E os filhos deles…

E esse ciclo nunca acaba, ou nunca acabará.

Qual seu maior sonho?

Build God, Then We'll Talk


É um destes moteis de nível baixo na esquina da 4ª com a Freemont Street apelando, só porque eles não são muito atraentes. Qualquer católico praticante iria se benzer ao entrar. Os quartos tem um aviso de asbestos e talvez apenas um vestígio de formaldeído e o hábito de decompor-se bem diante dos seus olhos juntamente com as pessoas de dentro. Oh, que maravilhosa caricatura de intimidade
Esta noite os inquilinos abrangem um advogado e uma virgem tendo como acessório um rosário dentro da lingerie dela. Ela terá um emprego na firma nesta segunda-feira. A Sra. vai continuar com o advogado adúltero. Emprego a parte, ela realmente precisa do dinheiro dele.

(…)

Não há gotas de chuva nas rosas, e garotas de vestidos brancos dormindo com baratas e tendo oportunidades ruins à sombra dos lençóis, antes de todas as manchas, e um pouco mais de suas coisas menos favoritas.

Geralmente aqueles que sabem muito falam pouco, e aqueles que falam pouco sabem muito.

- Jean Jacques Rousseau