terça-feira, 31 de março de 2015

Meu sol em uma manhã fria de inverno

O vento frio bate na manhã fria de inverno e faz o rosto descoberto pinicar como se pequenas agulhas frias entrassem todas ao mesmo tempo por onde ele passou. Você era (é) o sol desta manhã fria de inverno que vem e faz esquecer do frio, sentindo as bochechas ficarem vermelhas e fazendo com que um pequeno sorriso involuntário de alívio dance pelos lábios. Esse sorriso, essa sensação de alívio é, pra mim...
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O cabelo cai em cascatas castanhas no seu ombro e ela se assusta, ainda não acostumada com seu tamanho. Acorda de um pensamento, de uma lembrança.

"Tá foda."

Coça os olhos, arruma o cabelo e vai dormir com aquela cara séria que a persegue nos últimos tempos.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Eu devo estar sonhando

Ela acha que eu sou louco, julgando pelas expressões que ela está fazendo.
E eu acho que ela é linda, mas beleza é apenas parte das coisas que ela faz que me impressiona.
Ela me chama de 'amorzinho'. Eu amo a maneira como ela me acorda enquanto ainda é noite e ela assiste o sol, mas ela é a única coisa que eu vejo.

Diga que você me ama, e ficará bem.
Você está pensando em mim? Apenas venha comigo esta noite.
Você sabe que eu preciso de você, assim como você precisa de mim.
Não consigo parar, não vou parar.
Eu devo estar sonhando.

E ela chega um pouco mais perto, sussurrando pra mim "eu achei que tinha te falado..."
Então ela está jogando agora, e eu percebi agora que estamos mais próximos.
Duas crianças, um amor. Quem liga o que fazemos?
A voz dela é um som doce. Nossas roupas estão espalhadas pelo chão.
Ela chega um pouco mais perto, sussurrando "eu achei que tinha te falado..."

Diga que você me ama, e ficará bem.
Você está pensando em mim? Apenas venha comigo esta noite.
Você sabe que eu preciso de você, assim como você precisa de mim.
Não consigo parar, não vou parar.
Eu devo estar sonhando.

Lembra do dia em que começamos isso?
E você fez a forma do meu coração com as suas mãos.
Nós tentamos tirar algum sentido disso.
Mas ela me ligou e falou...

Diga que você me ama, e ficará bem.
Você está pensando em mim? Apenas venha comigo esta noite.
Você sabe que eu preciso de você, assim como você precisa de mim.
Não consigo parar, não vou parar.
Eu devo estar sonhando.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

(Des)Organização mental

Olha pela janela e vê o sol nascendo. Mais uma noite sem dormir, que se tornará mais um dia inteiro perdido para que não acabe se tornando algo como um morto-vivo. Os dias não são exatamente animadores, e as noites parecem muito mais convidativas. Passa a perceber que mesmo sem dormir uma noite e um dia inteiros, não consegue pegar no sono até que veja a luz do sol atravessando sua janela e invadindo seu quarto. A velha amiga insônia perturba sua mente até o esperado momento. Coisas triviais distraem sua cabeça. Evita ouvir música para que seu subconsciente não lhe pregue peças.
Tem a sensação de que tudo o que aconteceu há apenas algumas horas atrás, foi há dias. O tempo parece todo errado, andando por aí desleixadamente, da maneira que bem entende, e quanto menos horas dormidas mais isso se intensifica. Ora ele passa preguiçosamente, ora apressadamente, sem se importar com as enxaquecas que essa confusão causa.

Insônia que causa confusões que causam enxaquecas.

Mas nada pode ser feito para mudar isso, ou é feito, até porque chega a ser apreciado. As enxaquecas evitam que sua mente lhe pregue peças, já que a tontura não a permite.

Enxaquecas que, ironicamente, lhe aliviam a mente.

Mentes perturbadas, algumas mais do que as outras. Sobrando, afinal, apenas loucos.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Carpe Diem

Sempre fomos motivados a viver cada segundo como se fosse o último...

Mas o mundo parece tão chato ultimamente que desmotivação se tornou algo corriqueiro.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pequeno Pedaço de Céu

Tudo girava. Uma canção que parecia interminável. Braços que a envolvem e fazem com que nada mais no mundo importe. Só aquele momento existia. Aquele baile. Seu vestido de um azul profundo com detalhes numa seda perolada e diamantes brilhava como um pedaço do céu noturno e suas estrelas, enquanto ela deslizava naquele salão de baile, na festa em que seu pai dava. Era alguma comemoração banal. Importava que aquela era a oportunidade de estar nos braços daquele que tanto desejava. O traje dele, de um azul quase preto, que só podia ser visto conforme ele se movimentava, estava impecável. Eram um par perfeito, numa noite perfeita, mas ninguém nunca poderia desconfiar disso. Ela era, acima de tudo, filha do homem mais importante daquela pequena cidade. Ele era apenas um soldado que, quando não estava servindo, ia passar seu tempo livre ali naquela cidade.
Começou a tocar uma música com um ritmo mais agitado, mas que se tornava macabro conforme o andamento da melodia. Eles a dançaram, olhando-se nos olhos, sem desviar o olhar. Ela não tinha certeza se era a melodia da música, mas via um brilho sombrio nos olhos daquele que dançava tão graciosamente, e um sorriso de canto que lhe dava arrepios. Dançaram aquela música macabra, a ultima dos dois, até o final. Ele a conduziu devagar para fora do centro do salão, seguindo para o jardim, onde alguns casais estavam trocando olhares amorosos e flertes disfarçados com risinhos.
Continuaram caminhando. Lado a lado. Conversando. Sorrindo. Entraram num jardim com cercas vivas altas, como um labirindo. Chegando no centro, ficaram de mãos dadas, conversando ainda. Num silêncio gostoso, se ficaram se encarando, sorrindo. Aproximaram os rostos lentamente, dando um beijo calmo. Ela então voltou a realidade quando uma brisa gelada passou, agitando seus cabelos. Alguém poderia vê-los ali.
Afastou-se bruscamente, virando de costas para ele, envergonhada. Começou a balbuciar algo sobre aquilo ser errado, e sentiu que ele se aproximava lentamente. Sentiu um arrepio dos pés a cabeça, mas nada poderia estar errado. Era o seu soldado que estava ali, para protegê-la. Se virou, recuperando  o controle, e sentiu o fio da lâmina entrar em seu coração. E viu aquele traje impecável, que naquele momento parecia preto, mas ela sabia que na verdade era de um azul profundo. Seu vestido também era de uma cor parecida. Não tão escura, mas também de um azul escuro. Ele havia lhe dito, uma vez, que o azul escuro caía muito bem nela. Por isso escolheu especialmente aquele vestido pro baile.
Se lembrou também, naquele segundo que teve de consciência antes de apagar, do bilhete. Do aviso daquele que estava aterrorizando a cidade. Quando encontraram a nona garota morta com uma faca no coração no jardim da própria casa, havia um papel em sua mão. “Eu voltarei, para a décima e última. Meu mérito final.” Era ela. Durante esse tempo todo. Era ele. Esse tempo todo. Viu o sorriso maldoso, que apenas ameaçava aparecer no salão, durante aquela música macabra, agora totalmente aberto. E o brilho sombrio de seus olhos. E tudo ficou escuro. 

Pra sempre.






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Me deu um surto depois de ficar dias sem internet e escutando Avenged Sevenfold - A Little Piece of Heaven (de onde vem a "música macabra" e o título) e resolvi escrever. O começo da música me lembra uma valsa, mas não uma calma, uma de filmes de terror, onde você sabe que algo horrível vai acontecer com aquele casal e aquele momento vai ser arruinado, ou então quando fantasmas estão dançando no meio de um salão antigo. Então escrevi um conto de terror antigo. Não queria fazer algo muito grande porque ia ficar cansativo, então resumi o máximo que eu pude. Elementos só que forem essenciais na história e tudo aquilo.
Acho que é isso. :S

domingo, 18 de dezembro de 2011

Prólogo

"Era uma vez uma garota muito bonita. Um certo dia, ela encontrou seu príncipe encantado. A bruxa má, com inveja, tentou separá-los, mas no final o amor venceu e os dois viveram felizes para sempre."
Gostaria que na vida real fosse assim, mas a garota não tinha nada de especial, e seu "príncipe encantado", quando o encontrou, não tinha nada de príncipe, e muito menos de encantado. Na verdade, estava mais para lobo mau do que para um príncipe.
Mas no que isso ia fazer diferença, no final das contas?
Ou você acha mesmo que a Branca de Neve ficou linda e perfeita para todo sempre, e ela e seu encantado tiveram lindos filhos, que nunca deram problemas, e eles nunca discutiram? E que, no final de tudo, o encantado não acabou tornando-se amaldiçoado?

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Faz tempo que não escrevo nada, e hoje me deu um surto. Esse é um texto que escrevi na sala, em alguma aula que não estava muito interessante, acho que dá pra perceber. Não, não continuei e acho que não vou continuar. Achei bobinho, e se continuasse ia ser uma história bobinha, clichê e chata. Mas gostei dessa parte.
Mais ou menos.
O suficiente.


:D

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Uma linda história de amor

Mãe e pai sentados na cama, ao lado de seu lindo casal de filhos, o menino mais velho e a menina, a mais nova, pedem novamente para que eles contem como eles perderam seus dedos. Os pais se olham, e a mãe começa a narrar novamente aquela linda história de amor:
"Enquanto trabalhávamos juntos no nosso laboratório improvisado, no Laboratório de Substâncias Pecaminosas, no Instituto do Reino, descobrimos uma linda substância, que brilhava como o pôr-do-sol verde, laranja, amarelo e cor-de-rosa. Até mesmo os recipientes ficaram cor-de-rosa quando a luz da substância batia, e ficamos maravilhados. Mas a mamãe, desastrada como sempre foi, bateu no recipiente em que o liquido estáva, e este derramou-se sobre o lindo granito, e papai, tentando consertar o grande e previsível erro da mamãe, tentou impedir que tudo fosse derramado, mas era tarde, e nós dois terminamos por manchar os dedos com o liquido-por-do-sol. Não nos importamos, pois aquela coisa tão bonita não deveria nos fazer mal. Mas nos enganamos, e depois de alguns dias, percebemos que iríamos perder nossos dedos - o que, no final, acabou acontecendo. Mas mesmo assim, nos casamos para termos lindos filhos como vocês, e lembrá-los de que nem sempre as coisas mais belas são as mais inofensivas, e temos que olhar além da beleza das coisas e desvendá-las antes de confiar nelas completamente."









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Como eu estou com uma preguiça que não é de Deus pra escrever isso com aquela linguagem rebuscada do Séc. XV, pro Willian entender meu ponto, então vai assim mesmo. Mas é uma linda história de amor, apesar de tudo, daquele lindo dia em que manchamos nossos dedos com Eosina amarelada e os perdemos. Tem que ter a moral da história no final, porque se não fica mesmo sem sentido pros pais contarem pros filhos. Mas continua sendo uma linda história de amor. Ah, no séc. XV porque se for pensar com uma mente de séx. XXI é besteira ser uma linda história de amor, mas sim num processo pra idiota que derrubou o liquido no "lindo granito que ficou realmente cor de rosa". Mas essas coisas acontecem, convenhamos, com todo mundo

sábado, 24 de setembro de 2011

Sem olhar pra trás, parte 2/2

Deixei dinheiro suficiente para pagar as bebidas em cima do balcão, e saí da lanchonete. Entrei no carro e dirigi por mais alguns quilômetros, até o apartamento 505. Eu sabia que ela estaria lá. Ela sempre estava lá.
Ela me recebeu com um sorriso triste, e eu sabia o que ele significava. Eu havia ficado algum tempo sem ir até lá, não sei se por pena dela ou por um simples teste egoísta; ver quanto tempo ela aguentava sem seguir em frente. Era como se eu estragasse a surpresa, tirando as mãos da frente dos olhos dela cedo demais.
            Abracei-a com força, e ela, como sempre, caiu no choro. Por que eu continuava a fazer aquilo? Eu desmoronava quando ela chorava, e chorava com ela. Com seu “Olá!” que na verdade queria dizer “Eu sei que você está aqui agora, mas isso também quer dizer que você já está indo”.
            - “Sweet eyes, I already miss you” – ela cantarolou, olhando nos meus olhos e passando os dedos levemente pela minha bochecha. Fechei os olhos e sorri, e logo que os abri, percebi que ela sorria também.
            - Para. Espera um momento. Quando você olha assim pra mim, o que você espera?
            - Seu sorriso.
            - Por que você não vai embora, não me chuta, não me xinga, cada vez que eu reapareço aqui?
            - Você sabe o porquê. – e pegou minha mão, me puxando pra dentro daquele apartamento que eu conhecia tão bem.

*

            - Antes de vir pra cá, eu estava te imaginando exatamente assim: deitada no ‘seu’ lado da cama, com as mão por entre as pernas, e esse sorriso no rosto, me esperando.
            Ela sorriu mais ainda, e virou-se pra mim na cama, me fitando por um momento com seus olhos verdes, e logo depois deitando a cabeça em meu peito. Eu sentia sua leve respiração, e quando ela pegou no sono novamente, me levantei. Vesti minhas roupas sem fazer barulho, e parti, como sempre.
            Passando com o carro na frente de uma floricultura, comprei um buquê de orquídeas azuis.

“Desculpa partir assim, de novo, sem te dar adeus. Mas seu ‘olá’ já me dizia adeus, e não quis que você passasse por – mais um – adeus. Essas orquídeas são pra combinar com a cor da parede do seu quarto, que ‘acalma qualquer um’. Não vou mais voltar, dessa vez. Fui covarde por não te dizer isso pessoalmente, mas é verdade. Acho que já fui canalha demais com você, e não vou continuar com isso. Você se faz de forte, mas a cada vez que vou ai, vejo que você sofre. Essa brincadeira idiota já durou tempo demais.
Já estou escrevendo mais do que planejei. Pensei em apenas dizer ‘adeus’ e ‘nunca mais vou voltar’, mas isso é difícil. Por favor, não chore. Eu não mereço suas lágrimas mais uma vez. Siga em frente, de cabeça erguida, e ache alguém que te mereça, não um idiota qualquer que volta e te usa quando ele quer. Do seu covarde, o ultimo adeus.”

FIM

Baseado na música “505”, do Arctic Monkeys.
A música que a personagem cantarola é “I already miss you”, do The Kooks.


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Considerações finais:
Hey, então, consegui terminar, depois de um ano. Não que eu fiquei um ano sem escrever, mas eu tinha perdido essa 'história'. Não costumo fazer comentários dos meus textos e etc., mas esse é um que eu mais gostei de escrever, apesar do final não ter ficado lá essas coisas, mas ficou curto e... completo, como eu planejava. Eu sei que não é um super livro pra ter considerações finais, mas enfim. É isso. Eu realmente espero que tenham gostado, e desculpa o intrometimendo no final da leitura.

domingo, 18 de setembro de 2011

Sem olhar pra trás, parte 1/2

A garçonete, com um uniforme mínimo, como a de qualquer lanchonete de estrada, veio mais uma vez perguntar se eu queria comer alguma coisa, ou mais alguma bebida, já que meu copo de Martíni estava no final. Respondi que não, e ela voltou para a cozinha com uma cara desapontada, já que não dei a menor atenção aos seus peitos pulando para fora do decote. Comecei a passar o dedo indicador na beirada do copo em círculos.
Eu não tinha nada pra fazer, estava a meia hora em uma lanchonete qualquer que mal me lembro aonde fica, exatamente. Não é com isso que estou preocupado.
Me preocupo que, na verdade, eu tenho pra onde ir, tenho o que fazer. É só pegar o carro. É rápido. O problema são as consequências psicológicas que essa atitude pode trazer. Pegar o carro. Também não estou preocupado em sofrer um acidente. Ao contrário do que podem pensar, eu só bebi meia dose de Martíni, o que, com certeza, não é o suficiente para que eu perca o controle do volante, apesar da chuva fraca que continua caindo lá fora.
Eu podia simplesmente voltar, mesmo depois de um mês, uma semana, um ano. Sei que vou ser recebido de braços abertos, e sem perguntas do que andei fazendo esse tempo todo, enquanto estive fora sem dar notícias.
Mexi meus braços, ajeitando o casaco e olhando em volta, e vi a garçonete insistente cochichando para outra, e olhando indiscretamente na minha direção. Reparando nela, vi que é realmente bonita. Seu corpo, e seu rosto, também. Mas me vi procurando por características que conheço faz anos, e resolvi virar o rosto para o outro lado, fazendo uma careta. Pensar nela não me faz mal. O que me faz sentir mal é o meu egoísmo, que me faz ir lá sempre que me dá vontade, sempre que sinto falta disso. E, o pior de tudo, ir embora quando estou satisfeito, sem olhar pra trás. Na verdade, sem ter coragem de olhar pra trás, e vê-la chorando. Mais uma vez.
Eu sempre penso como é estranho o modo que, mesmo depois de ter chorado tantas e tantas vezes, mesmo sabendo que, uma hora ou outra, eu vou embora, ela sempre me recebe de braços abertos. Sempre. Sempre com o mesmo sorriso no rosto. Sempre. E eu sempre testando a sua capacidade de me perdoar, sempre indo lá, só por puro egoísmo e curiosidade, para ver se ela ainda vai me receber, se ainda me ama, como ela diz.
Puro egoísmo.
Pura curiosidade.
Pura maldade.
Levantando minha mão levemente, não demorou dois segundos para que a garçonete viesse até a minha mesa.
- Mais uma dose de Martíni, por favor.
- Só isso? - Ela me olhou com um sorriso de canto, nada discreta. Acenei com a cabeça, e a vi saindo mais uma vez desapontada com a minha falta de interesse.
A outra garçonete veio e trouxe minha dose, e também sorriu nada disfarçadamente, e reparei nos cabelos loiros delas, e seu rosto delicado, mas o que mais me chamou atenção foi aquele tom de verde dos seus olhos, que me deixou boquiaberto por alguns momentos, até que eu me recompusesse e sorrisse levemente, e fiquei olhando ela rebolar até que entrasse na porta da cozinha.
Agora a festa estava feita, ou a briga, a inveja por causa do meu deslize.
Sorrindo convencidamente, bebi um gole da minha bebida, imaginando as duas discutindo quem iria vir aqui se eu chamasse.
Por que minha mente sempre vagava para o mesmo lugar? Aquele apartamento que eu tanto conhecia. Aquela cozinha simples, com aquele balcão que me trazia lembranças que eu com certeza não me arrependia – até agora, pelo menos -; A sala, com um sofá bastante confortável (sorri bobamente ao lembrar isso); o quarto com uma pintura clara, que com a luz do sol trazia “paz de espírito até para o diabo”, como ela mesma disse uma vez. Eu provavelmente ainda adoro quando ela passa os braços em volta do meu pescoço. Ou pelo menos eu adorava a ultima vez que chequei. Era hora de checar novamente.

domingo, 11 de setembro de 2011

Our inability to think outside the box we know

Pular. Dançar. Braços dados. Braços separados. Um olhar dizendo "Aí está você!". Uma mordida, assim como da primeira vez. Pena que os sentimentos e a situação e tudo mais é muito parecido como daquela primeira vez.
Uma multidão, um andar distraido, um encontrão. Uma frase. Pergunta. Um balançar de cabeça como resposta. Um balançar de ombros como entendimento. Sair sem olhar pra trás. Um pensamento diferente, daqui pra frente. Não vale a pena. Nunca valeu, mas um balançar de cabeça serviu pra selar isso, não é?
Mas a inabilidade de pensar do lado de fora da caixa já conhecida fez com que isso fosse ignorado, descartado.
Parece que algumas coisas são diferentes daquela primeira vez, afinal de contas.

sábado, 20 de agosto de 2011

Contradictions

Sorrio quando acordo, pensando como vai ser meu dia.
Se vou me irritar
Com quem
Porque

Se vou ficar feliz
Se vou rir, gargalhar
Dar sorrisos discretos e indiscretos
Se vou conseguir fazer tudo o que planejei para aquele dia
Ou como sempre pra alguma coisa vai faltar tempo
Seja para assistir, escrever, jogar, conversar, estudar, trabalhar, comer...

Sorrio pensando no que aconteceu no ontem
No antes de ontem
No ano que passou
Nos anos que passaram.

Sorrio porque momentos são unicos, sendo eles bons ou ruins, e devo tirar bom proveito deles.
Sorrio com as coisas ditas e não ditas,
Sorrio com as coisas feitas e não feitas,
Sorrio com tudo e com nada.
Sorrio com um abraço ou uma gargalhada.
Sorrio com um sorriso ou uma lágrima.
Sorrio por sorrir, sorrio por chorar.
Sorrio por dormir, sorrio por acordar.

Sorrio o dia inteiro, sorrio para todos.
No final, a vontade é de chorar.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Use your Illusion

Quando olhei para o lado, vi que tudo havia sumido. A festa, as pessoas, a casa. Tudo o que eu conseguia ver era aquela única pessoa, e vi que seus olhos fixaram-se em mim. O mundo parou. Eu não sabia se corria em sua direção ou na direção contrária. Não sabia o que aconteceria.
Alguém bateu em mim, e o barulho, assim como a festa inteira, voltou como um baque, e eu fechei os olhos com força. Um milésimo de segundo depois lembrei daquela pessoa e olhei rapidamente na direção em que estava antes, procurando, e não achei. Não a vi. Procurei na memória.Obviamente eu sabia quem era, não havia como esquecer daquele rosto que me atormentava havia algum tempo.
Mas quem pode dizer que o que eu vi era real? Ou algum dos outros momentos que passamos juntos?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Questions


Se eu te enviasse uma carta, você a leria? Você daria atenção as minhas besteiras, teria paciência com a minha choradeira, com as minhas risadas, com meus xingamentos e elogios? Levaria em conta algo que eu dissesse, ao invés de ignorar e fingir que nunca leu ou escutou? Vai ter coragem de olhar nos meus olhos, algum dia, e me dar “oi”? Desejar-me um bom dia, ou me dar tchau “decentemente”, como eu sempre insisti, e que eu tenho certeza que você fazia de propósito, pra me provocar? Vai me provocar de novo, me deixar te provocar, fingir que não liga, mas logo depois demonstrar que liga, mesmo sendo verdade ou não? Dar em cima de outras garotas na minha frente, só pra ver minha cara de indiferença, e depois me provocar pra que eu demonstre que estava, afinal de contas, com ciúmes? Me encher o saco, eu fingir que vou embora e você não ligar?

Você faria tudo isso, e, depois de tudo, parar de falar comigo? Não olhar nos meus olhos, ou ter coragem de falar o porquê de ter parado?

Você me responderia todas essas perguntas, sem hesitar ou mentir?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Won't be long

Nenhuma luz brilhante, nenhuma cidade grande foi para minha cabeça. Então eu não vou ficar por essa cidade. Não, eu estou saindo ao invés disso. Porque eu não consigo achar uma coisa aqui para fazer, para acelerar meu coração e badalar minhas orelhas. Então eu não vou ficar por essa cidade, e isso é verdade. Porque eu não vou, e eu não posso e eu não consigo entender. Você se tornou o que você odeia ou você odeia o que você se tornou?
Consegui uma passagem e eu não vou demorar, porque eu não posso continuar e eu tenho que ir embora.
E eu faço meu caminho pelo atoleiro de boomers glorificando sua juventude e todos os pavões dessa cidade, então se eu posso pedir licença, consegui uma passagem e eu não vou demorar, porque eu não posso continuar e eu tenho que ir embora.
Bem, eu não vou estar por aqui para os bons tempos, eu não vou estar aqui para o mau, e eu não vou ficar por essa cidade. Não, eu estou indo embora ao invés disso. Eu não irei, eu não posso, e eu irei embora, porque eu posso, e eu não vou voltar. Consegui uma passagem e eu não vou demorar, porque eu não posso continuar e eu tenho que ir embora.

You get up, you get down, and you try it again.

Não sei se hoje consigo escrever um conto, estou sem inspiração pra isso. Preciso de coisas novas acontecendo na minha vida, e nada acontece quando você praticamente não sai de casa. Trabalhar de novo é ótimo, fazer algo durante a tarde e não ficar apenas em casa fazendo nada. Sair no sábado é, agora, algo esperado. Uma viagem no próximo final de semana é tudo o que eu quero, e espero por isso ansiosamente, só por sair dessa cidade que me sufoca, e me enjoa. Florianópolis é linda, bela, mas morar numa cidade de veraneio o ano todo cansa, desgasta. E ver que tantas coisas faltam numa capital, aonde na verdade deveria ter de tudo e mais um pouco. É uma cidade pra turismo, afinal de contas.
É engraçado como nesses últimos dias tenho me sentido feliz, animada, de bom humor. Acho que algumas coisas que aconteceram fizeram com que eu me desse conta que não preciso de certas coisas pra ser feliz, posso ser feliz com o que tenho. Não preciso sair todo final de semana, ver a mesma pessoa, ter internet o tempo todo, ficar no msn e bater papo. Posso apenas sentar na cama com alguma música e ler, ou jogar jogos antigos no computador, pra que eu sinta que meu dia tenha sido bom, na medida do possível. Ainda não consegui me acostumar com esse otimismo, mas que é bom eu me sentir feliz com pequenas coisas, não posso negar.

sábado, 9 de julho de 2011

"Rule #32: Enjoy the little things"

Ela levanta já colocando a mão na cabeça, que lateja e a lembra da semana mal dormida que teve. Abre a janela do quarto e deixa sua gata brincar no gostoso sol da manhã, e logo sair correndo quando o cachorro do vizinho começa a latir. Sorri e liga o notebook, coloca uma música agitada para acordar, e separa uma roupa.
Ultimo dia de trabalho, primeiro dia de férias, e a animação aonde está? Tudo o que ela quer é chegar em casa no fim do dia e dormir por uma semana. Festas, bebida, diversão, agitação? Não, obrigada, a cama é mais convidativa. Viajar é um dos objetivos, mas provavelmente isso não vai acontecer nessas férias. Quer tentar ir pra um lugar diferente, sentar e ler muito. Esquecer que logo as aulas voltam, o semestre recomeça, e ela irá passar por tudo de novo. Esquecer que no final do ano algo pode acontecer e ela vai se sentir triste novamente, ou até mesmo antes de disso. A tranquilidade genuína que sente agora não merece ser arruinada por simples lembranças.
Fugir da realidade é algo que todos nós desejamos com frequencia, mas os "deveres a cumprir com a sociedade" impedem que simplesmente, com uma mochila cheia de coisas apenas essenciais, saiamos viajando por aí conhecendo lugares diferentes. Ela vai viajar um dia, sozinha, ver lugares em que nunca imaginou estar, e, como desde agora, curtir as pequenas coisas da vida.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Engano teu

Aqui estão as minhas desculpas por eu não ser quem você esperava. Então perdoe-me por não corresponder as tuas expectativas e por eventuais falsas esperanças que podem ter sido inocentemente lançadas ao ar. É uma pena que isso não tenha dado certo, pois fazer pessoas felizes é uma de minhas metas diárias. Porém não acho que ao meu lado você passaria a compreender melhor o real sentido de felicidade. Engano teu. Você deveria saber que tenho um sistema de rejeição imediata/automática para todo e qualquer indivíduo não correspondente aos meus padrões talvez errados, porém pré definidos. E, veja bem, antes mesmo que eu venha a terminar este novo trecho, quero voltar atrás e engolir tudo o que acabei de dizer. Porque não são desculpas o que devo realmente pedir, e sim compreensão. Portanto, enfim, volto a deixar claro: não posso ser quem você gostaria que eu fosse, pois assim eu não estaria sendo eu mesmo.
Você deveria saber.





it only hurts me when i'm breathing

Por Pedro Guerra (@tapiocavirgem) no blog Minta para Mim 

domingo, 22 de maio de 2011

Sarah Smiles

Eu estava bem, apenas um cara vivendo na minha, esperando o céu cair, então você ligou e mudou tudo, boneca. Lábios de veludo e olhos me puxando, nós dois sabíamos que você já havia ganhado. Seu pecado original.
Você me enganou uma vez com os seus olhos, querida. Você me enganou outra vez com suas mentiras. E eu digo... "Sarah sorri como se Sarah não se importasse. Ela vive no seu mundo tão desligada. Será que ela sabe que me destino está com ela? Sarah, você está me salvando?"
Acordo com um beijo e você está indo embora. Eu realmente esperava que você pudesse ficar. Mas você saiu e segui o seu caminho, querida. Eu não me importo, leve o tempo que quiser, eu tenho coisas pra fazer além de sentar e esperar por você, e eu espero que você também tenha.
Você me enganou uma vez com os seus olhos, querida. Você me enganou outra vez com suas mentiras. E eu digo... "Sarah sorri como se Sarah não se importasse. Ela vive no seu mundo tão desligada, porque ela sabe que meu destino está com ela. Sarah, você está me salvando?" Porque isso está me matando por dentro, consumindo todo meu tempo. Você me deixou cego, e quando penso que estou certo, você tira o meu orgulho, você atira tudo de lado, mas eu digo... "Sarah sorri como se Sarah não se importasse. Ela vive no seu mundo tão desligada. Será que ela sabe que me destino está com ela? Sarah, você está me salvando?"

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A letter to a stranger

Não tenho mais o que falar, não tenho mais o que argumentar, não tenho mais o que perguntar, não tenho mais o que fazer por você ou por mim. Só posso dizer que espero sempre que nada estrague o que temos, porque é especial. Muito especial para mim. Às vezes sinto-me frustrada, mas pode ser normal, coisas de adolescente, coisas de boba apaixonada, coisas de garotas idiotas. Porque garotas tem alguns direitos, sabe. De serem idiotas, sentimentais. Se preocupar com coisas que não precisam, coisas idiotas.
Me deixa.
Deixa eu me preocupar com essas coisas, eu preciso. Suas brincadeiras idiotas, que eu digo serem irritantes, alegram um pouco meus dias. Tem um momento especial em que você faz falta, sabia? Egoismo meu, idiota, porque me sinto sozinha, mas fazer o que... todos somos egoistas, não podemos negar isso, e nem pensar nos outros o tempo todo.
Acho que estou sentimental demais para escrever qualquer coisa, acho que estou meio saturada dessa semana que finalmente está terminando. Só queria que você me escutasse, que você soubesse. Eu disse que não queria saber sua opinião, mas tudo o que eu quero é saber o que você achou. Contraditório. Só tenho medo de saber o que você pensa, realmente. Sempre que converso com você dessa maneira acabo me sentindo mal por alguns dias. A verdade nua e crua dói, sabia? Mas eu tenho que ouvir, uma hora ou outra. Talvez seja melhor, talvez seja pior. Talvez eu finalmente consiga entender o que eu estou sentindo, e o que tenho que fazer quanto a isso. Porque eu não tenho a mínima ideia. Nem uma pista daquilo que tenho que fazer. E é frustrante. Mais que frustrante, é decepcionante. Geralmente sei o que fazer, e faço rápido sem pensar muito nas consequências, e isso é bom. Pra mim, pelo menos. Sofro menos, e não fico remoendo as coisas. Dificilmente me arrependo de alguma coisa.
Já estou escrevendo mais para mim do que para você, e na verdade nem sei se você vai acabar, algum dia, lendo isso. Essa é a segunda coisa que eu escrevo pra você. A primeira você já leu, eu acho. Pelo menos falou que leu.
Acabou. Falei o que estava me incomodando, e vagando pela minha mente durante alguns dias. Mas isso tudo é uma carta para um estranho, uma carta que nunca vou entregar.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Perhaps vampires is a bit strong but...



Eu tenho visto seus olhos assim como eles se fixam em mim. 
O que ele está fazendo? O que na terra é o plano? Ele tem um?
É melhor você me dar alguns ponteiros, já que você é o grande lança foguetes e eu sou apenas a espingarda.

Bom, eu não tenho dólares refletidos em meus olhos, isso pode ser uma surpresa mas é verdade.
Eu não sou como você e não quero seus conselhos ou seu louvor, ou agir da maneira que você age, e eu nunca vou.
Porque todos vocês são vampiros, e todas suas histórias são banais, embora você pretenda estar a postos para nós, embora você esteja certo que vamos falhar.

Eu tenho visto seus olhos assim como eles se fixam em mim cheios de confusão. Sua crítica é tão condescente, tentando explicar que nós estamos numa vitória, se pegarmos a taxa logo recuperaremos o que estamos gastando.
Ele disse: Eu não posso acreditar que você dirigiu todo esse caminho, bom, quanto eles te pagaram? 
Você estaria melhor ficando perto de nós, pensando sobre coisas mas não exatamente fazendo as coisas.